Para alguns, o lar é um porto seguro. Para outros, é uma gaiola. Quando pensei em Zyric Caelmorn, o protagonista de “Os Dragões Brancos”, eu queria explorar essa dualidade. Para ele, a ilha de Maré Solitária era os dois.
Todo herói tem um ponto de partida, um “mundo comum” que ele precisa deixar para trás. Mas eu não queria que a jornada de Zyric começasse com um chamado estrondoso dos deuses ou a chegada de um mago misterioso. Queria que começasse com algo muito mais íntimo e universal: a sensação de não pertencer ao único lugar que ele já conheceu.
O Ritmo das Marés e a Inquietação da Alma
Maré Solitária é uma ilha de pescadores, um lugar de rotinas, onde a vida é ditada pelo ritmo do mar. É um lugar de comunidade, de segurança. Mas para um jovem meio-elfo com olhos lilases e sonhos maiores que o horizonte, essa segurança começa a parecer um confinamento. Zyric passa os dias treinando no píer, a lâmina de madeira cortando o ar, imitando os golpes do Capitão Edric. Cada movimento é uma tentativa de se preparar para um futuro que ele anseia, mas que ninguém ao seu redor parece entender.

Ao criá-lo, pensei muito nessa rebeldia silenciosa. Não é um grito de raiva, mas um anseio constante, uma pergunta silenciosa que ecoa em sua mente: “É só isso?” Ele ama sua casa, mas sente que seu verdadeiro eu está em algum lugar além daquelas águas calmas. É a clássica jornada do herói, mas internalizada. O chamado para a aventura não vem de fora, mas de dentro.
O Horizonte como Promessa e Tormento
O que realmente nos impulsiona a deixar o ‘mundo comum’ para trás? Para Zyric, é a busca por identidade. Ele não quer apenas aventura; ele precisa saber quem é longe dos olhos de sua mãe e dos outros moradores da vila. Ele olha para o horizonte não apenas como uma linha que separa o mar e o céu, mas como a fronteira entre quem ele é e quem ele pode se tornar.

Essa busca é a força motriz de tantos de nós. É o desejo de sair da zona de conforto, de nos testarmos contra o desconhecido para descobrirmos os limites de nossa própria força e coragem. Zyric representa essa inquietação, essa necessidade de encontrar um reflexo de si mesmo no vasto mundo lá fora.
As Âncoras que nos Prendem e nos Salvam
Claro, nenhuma partida é fácil. E as relações de Zyric são as âncoras que tornam sua decisão ainda mais complexa. Sua mãe, Elaine, é seu porto seguro. Uma mulher forte, com um passado misterioso gravado em cicatrizes que ela esconde. O amor dela é a maior força de Zyric, mas também a gaiola mais difícil de abrir. Ela o protege do mundo porque sabe, melhor do que ninguém, os perigos que ele contém.

Em contraste, o Capitão Edric, sua figura paterna, é a janela para esse mesmo mundo. Ele traz histórias, treinamento e a promessa de que há mais para se ver e ser. Ele representa a validação dos sonhos de Zyric. É nesse cabo de guerra entre a proteção de sua mãe e a inspiração de seu mentor que a jornada de Zyric realmente começa a tomar forma.
No final, a história de Zyric é sobre encontrar um equilíbrio entre as raízes que nos dão força e as asas que nos permitem voar. É sobre entender que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos primeiro nos perder.
Você já se sentiu grande demais para o lugar onde vive?
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