Magia em Elarion: Três Visões, Oito Escolas e um Equilíbrio Frágil

Em Elarion, a magia não é um dom. É o próprio alicerce da realidade, uma presença que antecede os deuses e sustenta tudo o que vive. Eu a chamo de A Trama, uma energia que flui por rios e raízes, corre sob montanhas e respira nas estrelas. Mas nem todos a veem da mesma forma.

Ao construir o sistema de magia para Os Dragões Brancos, eu precisa explorar como diferentes culturas poderiam interpretar a mesma força fundamental. O resultado são três visões distintas, como a ciência dos humanos, a harmonia dos elfos e o caos criativo dos feiticeiros.

A Magia e os Humanos: O Estudo da Realidade

Para os humanos, a magia é um enigma a ser decifrado. Eles a tratam como ciência, acreditando que o conhecimento pode transformar o invisível em lei. Nos grandes círculos arcanos de Syareth, os magos aprendem que toda magia nasce de três fundamentos: o Catalisador (varinhas, cristais, etc), a Palavra (no muitas vezes no idioma Netheresis) e a Vontade.

A magia humana é técnica, precisa e, por vezes, perigosa. Um gesto errado, e o poder se volta contra quem o invoca. É a busca incansável por compreender e dominar o inominável.

A Magia e os Elfos: A Harmonia das Coisas Vivas

Para os elfos, a magia não é algo que se aprende, mas algo que sempre esteve lá. Eles a vivem. A mesma Trama que os humanos estudam, os elfos a sentem como parte do pulso da criação. Para eles, não há separação entre existência e magia — uma não pode existir sem a outra. A magia é intrínseca à própria criação, ao tecido da realidade.

Seus magos, os Elarai, usam o Énathar, o Élfico Antigo, não para ordenar, mas para dialogar com o mundo. Para os elfos, a Magia é uma forma divina — uma presença onipresente e imparcial, que não julga nem decide. Ela simplesmente é. Nomeá-la seria o primeiro ato de separação, uma tentativa de dividir o que é, por natureza, indivisível.

Os Feiticeiros: O Caos Criador

E então, há as exceções. Seres raros nascidos com a Trama dentro de si. Os feiticeiros. Eles não precisam de grimórios ou palavras antigas para conjurar. Eles sentem, e a magia responde — de forma imprevisível, exuberante e viva. A magia deles não erra, apenas interpreta à sua maneira.

O verdadeiro caminho do feiticeiro é o autodomínio. É preciso mente firme e espírito equilibrado para que a Trama se alinhe à sua vontade. Muitos feiticeiros buscam o estudo formal da magia, não para aprender a conjurar, mas para dominar o caos — para direcionar seu poder espontâneo com precisão e propósito. O estudo pode transformar o caos em arte, a imprevisibilidade em intenção. Quando isso acontece, o poder se torna sublime. Quando não, o caos apenas ri.

Ismira Lathiel é uma dessas raras exceções — e sua natureza é ainda mais extraordinária. Ela não é apenas uma feiticeira, mas também uma Aeshanar, um ser mortal com sangue celestial. Os Aeshanar são descendentes de anjos, arcanjos ou entidades divinas da luz, nascidos de humanos comuns mas marcados espiritualmente por planos superiores. Essa herança faz deles canais vivos de energia divina, muitas vezes tratados como filhos dos deuses.

Em Ismira, duas forças convergem: o caos criativo da magia feiticeira e a luz ordenada da essência celestial. O mundo ainda tenta entender se sua existência é uma bênção ou um aviso.

As Oito Escolas e o Preço da Criação

A Trama se manifesta através de Oito Escolas, caminhos de estudo que exigem preparo físico, mental e espiritual.
Cinco são reverenciadas:

Abjuração — A Escola do Escudo, voltada à proteção e defesa.
Conjuração — A Escola da Matéria, que invoca criaturas e objetos de outros planos.
Evocação — A Escola da Força Pura, que molda fogo, gelo e trovão.
Transmutação — A Escola da Mudança, que altera a forma e a essência.
Encantamento — A Escola do Espírito, que influencia mentes e emoções.

Mas três foram proibidas. Não por moral, mas porque suas práticas corrompem o equilíbrio vital e ferem o tecido da própria realidade.
Toda magia tem um preço — e as Escolas Proibidas pedem algo muito mais íntimo:

Necromancia — Exige sangue, a seiva da vitalidade, para manipular a vida e a morte.
Adivinhação — Rompe o tecido do tempo, conduzindo seus praticantes à loucura.
Ilusionismo — Consome a própria saude do conjurador para projetar o irreal.

Todas essas artes são ensinadas (ou contidas) na Cidade de Syareth, erguida sobre ilhas flutuantes cercadas por névoas etéreas.
Ali, elfos, humanos e até gnomos estudam lado a lado sob o olhar atento do Conselho de Arcanistas.
A presença de anões é rara: não por preconceito, mas por natureza, pois seu povo nasceu resistente à magia e a vê mais como ferramenta de forja do que como chama divina.

Em Elarion, a magia é equilíbrio.
O estudo das Escolas Proibidas é vetado não apenas por lei, mas por piedade.
Como disse o Arquiinstrutor Galmirhor Bermanas:

“A Trama é imparcial. É o mago que decide se ela o alimenta… ou o consome.”


A magia de Elarion é vasta e perigosa. Qual caminho você escolheria?

Descubra mais em “Os Dragões Brancos”.

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