As Raças de Elarion: Um Glossário Completo

Antes da primeira aurora, havia apenas o eco da Trama. E dela surgiram os Filhos da Luz — e os que se esconderam dela.
— Códice de Lirien, Fragmento I

No mundo de “Os Dragões Brancos”, era preciso criar uma tapeçaria complexa de raças, cada uma com sua história, cultura e papel na formação de Elarion. Este glossário apresenta as raças inteligentes que habitam este mundo — desde os elfos até os raros Aeshanar de origem divina.

Os Elfos

Os Elfos foram os primeiros seres inteligentes de Elarion. Dotados de longevidade extraordinária — vivendo em média até três mil anos —, tornaram-se os principais registradores da história antiga do mundo. Grande parte do que se conhece sobre os primeiros reinos vem de manuscritos élficos, muitos já traduzidos para a língua comum.

Ligados à respiração da Trama, os elfos vivem não à parte da natureza, mas dentro dela — como notas eternas em uma mesma canção. Durante milênios, foram a raça dominante, responsáveis por manter a ordem entre as criaturas e preservar os segredos da magia. Sua percepção do tempo é distinta das demais raças: um século para eles representa o que um ano significa para os humanos. Essa diferença moldou uma cultura paciente, deliberada e raramente impulsiva.

Há muito, os elfos perderam a imortalidade. Ninguém sabe ao certo como — alguns dizem que foi o preço cobrado por um cataclismo esquecido, quando os deuses se retiraram do plano físico e o mundo foi deixado à própria sorte. Desde então, vivem longas eras, mas não eternas. As lendas falam de um tempo em que seus ancestrais caminhavam entre as estrelas, e de que alguns ainda guardam fragmentos dessa antiga luz.

Hoje, os elfos habitam principalmente as grandes florestas, templos e vales isolados, onde buscam harmonia com a natureza e com a Trama que os sustenta. São estudiosos, artistas e guardiões das memórias do mundo

Os Drelkors

Os Drelkors são considerados pelos elfos seus primos sombrios. De acordo com os registros antigos, foram elfos que se voltaram contra Thalanur, o deus solar, buscando poder sobre a própria luz. Por esse ato, foram amaldiçoados: a luz do sol tornou-se dolorosa para eles, e suas peles e olhos se adaptaram à escuridão.

Expulsos das florestas sagradas, refugiaram-se no subterrâneo e construíram cidades nas profundezas. Foi nas profundezas de Azhkarûn que os Drelkors ergueram seus altares de sombras — e ali selaram seu destino. Com o passar dos séculos, perderam completamente o contato com os elfos da superfície, criando uma civilização independente e hostil. Sua disciplina e engenhosidade são reconhecidas até hoje, mas sua obsessão por controle e pureza os levou a uma guerra prolongada contra os anões.

Os Anões

Os anões surgiram após o exílio dos Drelkors, segundo os relatos élficos. Teriam aparecido nas cavernas inferiores durante os conflitos subterrâneos, enfrentando os Drelkors pela posse das minas e túneis. Pequenos, robustos e resistentes, os anões compartilham com os elfos o respeito pela natureza, mas possuem temperamento e valores muito diferentes. São práticos, diretos e focados em resultados.

Não são imortais, mas vivem cerca de 300 anos. Durante séculos, guerrearam contra os Drelkors, moldando as profundezas em cidades fortificadas e salões de pedra. Com o tempo, parte do povo anão ascendeu à superfície, fundando reinos sob as montanhas e desenvolvendo uma cultura baseada na forja, na mineração e no comércio.

Até hoje, os anciãos anões falam pouco sobre o que existe abaixo dos limites conhecidos das minas. Dizem que, nas galerias mais antigas, o eco ainda fala em uma língua esquecida — e que nem mesmo os anões ousam responder.

Os Humanos

Os humanos foram os últimos a surgir entre as raças antigas. De acordo com os elfos, os primeiros humanos viviam em estado primitivo, convivendo com animais e sem linguagem estruturada. Por muito tempo, foram ignorados pelos povos antigos, até que, em poucas gerações, começaram a construir aldeias, cidades e reinos.

Com uma vida curta — entre 70 e 90 anos —, os humanos demonstraram uma ambição e uma capacidade de adaptação incomuns. Em um intervalo que, para um elfo, representa apenas um instante, ergueram impérios e criaram sua própria cultura. Essa rapidez impressionou e assustou as raças mais antigas.

Se os elfos são os melhores cronistas da eternidade, os humanos são os cronistas das emoções. Suas histórias capturam não o que dura, mas o que arde — o amor, a perda, a glória efêmera. Após séculos de conflito e aprendizado mútuo, elfos e humanos desenvolveram relações estáveis, especialmente no reino de Elarion.

Os Gnomos

Os gnomos foram descobertos com o avanço das navegações. Pequenos e magros, com aparência humanoide em miniatura, possuem uma curiosidade natural quase sem limites. Tornaram-se conhecidos como grandes inventores e engenheiros. Pacifistas por natureza, preferem o raciocínio e a invenção à guerra. Sua habilidade em criar dispositivos complexos e úteis garantiu sua aceitação em várias comunidades, tanto humanas quanto élficas e anãs.

Dizem que Yordren, o Deus do Engenho e do Riso, sopra ideias em seus sonhos — e que cada invenção gnômica é uma piada cósmica contada aos deuses. A ilha dos gnomos é hoje um centro de invenção e estudo, famosa por abrigar oficinas e academias dedicadas à tecnologia e à alquimia.

Os Orcs

Em contraponto à harmonia dos elfos, existem os Orcs. Desde o início dos tempos, eles representam a destruição e o conflito. Com um longo histórico de guerras contra todas as outras raças, os orcs são vistos com temor e desconfiança.

Embora muitos os vejam apenas como feras, os orcs conhecem o valor da força e da honra. Em seus cânticos de guerra, há mais melancolia que fúria — lembranças de um tempo em que lutavam não por conquista, mas por sobrevivência. No entanto, sua capacidade de raciocínio lógico os diferencia de monstros como goblins e dragões, garantindo-lhes um lugar tenso entre as raças inteligentes do universo dos Dragoes Brancos.

Os Meio-Elfos

Com o tempo, a convivência entre humanos e elfos resultou em descendentes híbridos. Os meio-elfos herdaram parte da longevidade dos elfos e a adaptabilidade dos humanos. São conhecidos por sua facilidade em lidar com diferentes culturas e por enxergarem o mundo sob múltiplas perspectivas.

Os meio-elfos vivem entre mundos, mas pertencem a nenhum. São o espelho onde humanidade e eternidade se encaram. O surgimento dos meio-elfos é visto por muitos como um símbolo da união entre as raças, marcando uma nova era de convivência e intercâmbio cultural.

Os Meio-Orcs

Da mesma forma, em regiões mais selvagens, a relação entre humanos e orcs deu origem aos Meio-Orcs, seres que carregam em seu sangue a força de seus ancestrais orcs e a resiliência da humanidade.

Os meio-orcs carregam o fardo da dualidade: nascidos da violência, são prova de que até o ódio pode gerar vida. Embora ainda enfrentem preconceito em muitas sociedades, os meio-orcs provam que até as raças mais antagônicas podem encontrar pontos de conexão.

Os Aeshanar

Os Aeshanar são seres de origem divina, nascidos entre as raças mortais em momentos específicos da história. Não pertencem a um deus em particular: representam a vontade coletiva do panteão, enviados ao mundo quando o equilíbrio entre luz e escuridão é ameaçado. Ou assim os Elfos acreditam.

Em todos os Aeshanar arde a mesma centelha: a chama que cura, purifica e revela. Podem curar ferimentos e doenças com facilidade, são imunes a qualquer forma de maldição e sua simples presença enfraquece mortos-vivos e criaturas demoníacas. Esses dons são inatos e não dependem de estudo nem de fé — manifestam-se naturalmente desde o nascimento.

Fisicamente, possuem aparência distinta: pele clara que irradia um brilho suave, olhos dourados ou prateados e cabelos em tons metálicos. Sua presença causa uma sensação perceptível de calma e pureza, mesmo entre aqueles que não compreendem o motivo.

Os Aeshanar são considerados imortais, mas nunca se soube de um que tenha vivido tempo suficiente para confirmar isso. Todos, em algum momento, morrem em missões relacionadas aos desígnios divinos, geralmente em circunstâncias ligadas ao destino do mundo. Por essa razão, muitos estudiosos afirmam que sua imortalidade é apenas potencial — interrompida quando sua tarefa é concluída.

Outra característica comum é a existência de um guia celestial, um ser do plano divino designado para acompanhá-los. Esse guia se manifesta pela primeira vez quando o Aeshanar completa vinte anos de idade e retorna a cada vinte anos para orientá-lo em decisões importantes. Essas aparições marcam períodos de transição e mudança, tanto para o indivíduo quanto para o mundo ao seu redor.

Os Aeshanar não formam uma sociedade própria nem seguem uma religião específica. Cada um vive entre o povo em que nasceu, muitas vezes sem compreender plenamente sua natureza até a chegada de seu guia. São respeitados em quase todas as culturas, embora alguns reinos os temam, acreditando que sua presença pressagia eventos divinos ou catástrofes.

Entre as raças antigas, os elfos os consideram a prova viva de que os deuses ainda observam o mundo. Os anões os tratam com reverência silenciosa, evitando envolvê-los em disputas mortais. Os humanos os veem com admiração e curiosidade, mas também com receio — conscientes de que um Aeshanar jamais permanece onde não é necessário.

Dizem que quando um Aeshanar morre, o céu guarda silêncio por um instante — como se os deuses recordassem o motivo de ainda olharem para o mundo.

A Influência dos Registros Élficos na História dos Reinos

Grande parte da história registrada de Elarion vem de escritos élficos. Durante milênios, foram os elfos os únicos capazes de manter registros contínuos de acontecimentos, graças à sua longevidade e disciplina. A maioria dos livros e crônicas antigas que sobrevivem até hoje — como o Códice de Lirien e o Arquivo de Thaldranor — foi originalmente escrita em idioma élfico, posteriormente traduzida para a língua comum.

Essas traduções, feitas em diferentes períodos e reinos, variam em fidelidade e interpretação. Como resultado, existem múltiplas versões dos mesmos eventos, dependendo de quem os narrou ou traduziu.

Os estudiosos humanos consideram as crônicas élficas valiosas, mas frequentemente parciais. Muitos acreditam que os elfos omitiram ou alteraram certos detalhes, principalmente sobre a queda dos Drelkors e o surgimento dos anões. Os anões, por sua vez, afirmam que a maioria dos relatos élficos minimiza a importância das guerras subterrâneas e das contribuições anãs para a civilização da superfície.

Ainda assim, a cronologia élfica permanece a principal referência histórica para os nove reinos. Datas, fundações e eventos são medidos com base nos calendários élficos, adaptados ao formato atual usado em Elarion.

Hoje, universidades humanas e bibliotecas anãs ainda estudam os textos antigos, tentando identificar o que é fato e o que é interpretação. Alguns estudiosos acreditam que os elfos possuam registros mais antigos que nunca foram revelados às outras raças — arquivos guardados em templos e florestas inacessíveis.

Entre os fragmentos não traduzidos do Arquivo de Thaldranor, há menção a um “Povo do Alvorecer” — seres que existiram antes mesmo dos elfos, e cuja memória a própria Trama parece ter esquecido.


Qual dessas raças você escolheria para explorar o mundo de Elarion?

Descubra mais em “Os Dragões Brancos”.

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